Os dispositivos médicos precisam de sensores projetados para executar determinadas tarefas.

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Entenda suas opções

Os sensores estão transformando o funcionamento dos dispositivos médicos. Como a maioria desses dispositivos usa sensores não descartáveis, o design deve proteger os sensores do contato com medicamentos e fluidos corporais. O primeiro passo para isso é a seleção do sensor certo para a forma de utilização do dispositivo.

Com a taxa envelhecimento populacional subindo constantemente, os sistemas de automonitoramento de pacientes estão se tornando cada vez mais comuns. Os sensores são populares devido à sua consistência e repetibilidade, além do seu baixo custo. Os instrumentos de monitoramento com sensores nessa categoria também são versáteis, já que podem ser usados tanto em hospitais quanto em casa. A seleção de um sensor pode ser simples, se a aplicação e os parâmetros que precisam ser monitorados são claramente compreendidos. Os implantáveis são sensores mais complexos, assim como aqueles usados em cateteres (através de incisão) e os usados em cavidades corporais, que são externos mas entram em contato com fluidos corporais; há também os sensores para aplicações externas.

Além de exigir pouca energia para funcionar, os sensores implantáveis precisam ser pequenos, leves e compatíveis com a massa corporal. O mais importante: eles não devem se deteriorar com o tempo. Sendo dispositivos médicos Classe III, eles automaticamente exigem aprovação do FDA. Normalmente são necessários de dois a quatro anos de desenvolvimento e implementação antes de os sensores implantáveis seguirem para a produção. Geralmente, eles são mais caros e exigem a implantação cirúrgica feita por um especialista. Um dos principais desafios para os sensores implantáveis é a sua demanda por alimentação elétrica. Sensores que podem funcionar sem energia elétrica são ideais, mas estes são bem raros no mercado. Os sensores de polímero piezoelétricos são adequados para a detecção de vibração, pois são pequenos, confiáveis, duráveis e não precisam de alimentação. Esses sensores podem ser usados em marca-passos que monitoram as atividades do paciente.

Sensores temporariamente inseridos funcionam por um período que vai de alguns minutos a algumas horas e exigem a aprovação do FDA

Esse sensor piezo tem a forma de um pequeno feixe de cantiléver com um peso fixado em uma extremidade que oscila com o movimento do corpo. Toda vez que o paciente se move, o sensor gera um sinal. Um exemplo disso é um marca-passo que recebe um sinal gerado e faz o coração bater no ritmo adequado. O sensor é capaz de distinguir várias atividades, por exemplo, uma caminhada, corrida ou outras que envolvam esforço físico. Por exemplo, se o paciente estiver em repouso, o sinal será zero e o marca-passo fará o coração bater a uma taxa mínima. Sendo assim, o sinal do sensor é proporcional ao nível de atividade. Um sensor de vibração de película piezo em miniatura tem 15/100 de polegada de comprimento, já incluindo o marca-passo que o abriga. Sensores implantados também podem ser alimentados por fontes externas. Por exemplo, uma ponteira de Radiofrequência (RF) pode ser posicionada próximo de um sensor implantado no corpo para alimentá-lo. O sensor registrará as medições do paciente, transmitirá os dados de volta para a ponteira através da ligação de RF e retornará à hibernação. Outro exemplo de uso de um sensor implantado dessa maneira é o de um procedimento pós-aneurisma da aorta abdominal, onde um sensor implantado pode monitorar possíveis fugas de pressão no local da cirurgia.

Os requisitos para sensores que podem ser inseridos através de uma incisão — geralmente na ponta de um cateter — são menos cruciais do que os dos implantáveis, mas ainda precisarão da aprovação do FDA. Dependendo do procedimento cirúrgico, esses sensores precisam funcionar por um período de alguns minutos a algumas horas e podem ser alimentados através de fontes externas. Um par de termistores combinados na ponta de um cateter pode ser guiado para diferentes locais do coração para medir o fluxo sanguíneo. Ou eles podem ser aquecidos através da bobina ou lavados com fluido frio para medir as taxas de fluxo sanguíneo. Quando lavados com fluido frio, o primeiro sensor fica mais frio que o segundo porque o fluxo sanguíneo aquece o fluido que atinge o segundo sensor. Como a distância que separa esses dois sensores de temperatura é conhecida e a temperatura e o volume de fluido são controlados, o fluxo sanguíneo pode ser calculado através da leitura da diferença dos valores de resistência dos dois sensores. Esses termistores não exigem energia externa.

Cateteres.

Sensores de ablação de cateter

Esses sensores são temporariamente inseridos através de incisão. A ponta do cateter contém uma fonte de energia de RF e um sensor de célula de carga de força. A energia de RF, a mesma usada nos sensores implantáveis para enviar dados, é frequentemente empregada no processo de ablação para queimar tecido morto. É fundamental que a força aplicada pela ponta do cateter ao tecido não exceda os valores máximos, para evitar qualquer tipo de perfuração do tecido. A tecnologia de sensoriamento da TE é promissora quanto ao fornecimento de um sistema de sensoriamento de força triaxial capaz de medir forças de contato teciduais em todas as três dimensões simultaneamente. 

Sensores de pressão descartáveis baseados em MEMS de silício

Eles são usados em sensores de pressão intrauterina (IUP) para medir a pressão e a frequência das contrações durante o parto. Esse método é mais confiável do que o das cintas convencionais e é usado em casos graves. É possível incorporar características adicionais a esses sensores, como infusão e extração de líquido amniótico. Esses sensores são inseridos através do útero e posicionados na bolsa amniótica. O sensor é retirado quando o bebê está pronto para ser nascer.

Sensores de cavidade corporal

Esses sensores incluem sondas orais e retais que medem a temperatura corporal. Esses sensores de temperatura são projetados para serem pequenos e resistentes e recebem revestimento de um material macio para proteger a camada interna dos órgãos do paciente de danos causados pelo contato.

Sensores de Microtermopar

Esses sensores são termopares flexíveis e finos usados sempre que são necessárias medições de temperatura rápidas e precisas. O termopar é composto de dois metais diferentes, unidos em uma extremidade. Uma pequena tensão única é produzida pelos dois metais, que pode ser medida e interpretada por um termômetro de termopar. Os metais diferentes são isolados individualmente e um revestimento em excesso está presente para manter uma configuração bifilar estreita (com certificação de ANSI MC96.1-1982). Os Microtermopares da TE são construídos usando apenas materiais biocompatíveis, fazendo com que sejam adequados em aplicações médicas.

Há vários sensores descartáveis onde o sensor, embora fique fora do corpo, entrará um contato com fluidos corporais.  O sensor de pressão arterial descartável (DPS) é um exemplo dessa categoria. Esses sensores são utilizados em procedimentos cirúrgicos e unidades de terapia intensiva (UTIs) para monitorar continuamente a pressão arterial do paciente. Essa é uma maneira confiável de medir a pressão arterial durante a permanência na cirurgia ou na UTI. O perfil informativo do paciente é então registrado conectando o sensor de pressão arterial descartável a um monitor. Esses sensores devem ser substituídos a cada 24 horas para evitar contaminação. Outro sensor que entra em contato com medicamentos e fluidos corporais é o usado na inflação de balões de angioplastia. Um sensor de pressão na ponta da bomba entrará em contato com a solução salina usada como mídia para inflar e esvaziar o balão. Nessa aplicação, o sensor de pressão monitora a pressão aplicada que infla/esvazia o balão e precisa suportar mais de 200 psi. Se muita pressão for aplicada, o balão pode estourar e causar complicações graves no paciente.

Trabalhando juntos, fabricantes de equipamentos médicos e especialistas em sensores podem criar tecnologias avançadas.

Sensores TE usados em aplicações médicas

  • Células de carga de força para bombas de infusão que detectam oclusão (bloqueio do tubo)
  • Sensores magnetorresistivos em bombas de seringa para detectar vazão, seringa vazia e oclusão
  • Sensores de posição de potenciômetro de cabo usados para posicionamento remoto da ferramenta cirúrgica e posicionamento do leito do paciente para radiografias/tomografia computadorizada
  • Acelerômetros extremamente pequenos baseados em MEMS para medir tremores em pacientes com doença de Parkinson
  • Sensores piezoelétricos (e também piroelétricos) para estudo de apneia do sono
  • Transmissor/receptor de película piezoelétrica detecta a presença de bolhas em bombas de infusão/bombas de seringa
  • MEMS e sensores baseados em células de carga para a conservação do oxigênio e monitoramento dos níveis do tanque de oxigênio
  • Sensores de temperatura NTC para medir a temperatura da pele/corpo
  • Sensores de pressão baseados em MEMS para kits de sensores de pressão arterial de pulso