O PAPEL DO 5G NAS CIDADES INTELIGENTES

A tecnologia 4G foi uma extensão do 3G para digitalizar a transmissão de dados móveis e melhorar a maneira como usamos nossos aparelhos e computadores. O 5G está alimentando o futuro da internet das coisas (IoT). O 5G adota uma abordagem de três pontas:

•  Aumenta o número de nós conectados, para que até bilhões de dispositivos possam ser conectados através do mesmo ecossistema.
• Melhora a velocidade da banda larga móvel. Isso não é tão importante com muitos dispositivos IoT porque eles transmitem uma quantidade limitada de dados, mas a largura de banda é importante para a vigilância de vídeo de cidades inteligentes, por exemplo.

• Ela oferece comunicação ultraconfiável e em tempo de máquina com latência muito reduzida. Enquanto a latência 4G foi 100-150 milissegundos, a latência 5G está se aproximando de apenas um milissegundo, permitindo assim aplicações dependentes da latência, como veículos autônomos ou cirurgias remotas.

Quando pensamos no 5G, normalmente pensamos em smartphones e aplicativos, mas ao projetar para infraestrutura 5G, é importante também olhar para todo o ecossistema que permite a rede móvel de uma cidade inteligente. Não é apenas sobre o dispositivo, a estação base e a torre de telecomunicações, também é sobre a nuvem, os data centers e as aplicações onde todas as informações estão sendo coletadas, analisadas e processadas. 

Já existem aplicações simples de cidades inteligentes, como postes inteligentes que podem ser remotamente escurecidos, mas o 5G também está permitindo aplicações de vigilância, como monitoramento de poluição e outras questões como vazamento de gás, vazamento de água, monóxido de carbono ou fumaça. Isso pode melhorar a segurança geral da cidade, bem como acelerar sua resposta a problemas de infraestrutura. 

A vigilância inteligente requer a implantação de câmeras, microfones, sensores de temperatura, detectores de fumaça e outros dispositivos relacionados e depois a conexão de todos eles a um aplicativo que analisa os dados em tempo real e, em seguida, inicia uma ação com base no que ele encontra.  Um sensor de temperatura ou detector de fumaça pode emitir um alarme, por exemplo, e esse alarme pode ser transmitido automaticamente para o corpo de bombeiros mais próximo. 

Casos de uso como este são sobre quantos dispositivos estão conectados no campo, a rapidez com que os dados são coletados e analisados e a rapidez com que o alarme é emitido às autoridades competentes. Esses dispositivos de monitoramento podem economizar muito nos custos de mão de obra e ajudar a evitar danos materiais graves que podem ocorrer se os bombeiros tiverem que esperar alguém notar a fumaça ou o fogo, denunciá-lo e, em seguida, receber uma chamada do centro de despacho 911. 

Alguns desses casos de uso já estão habilitados pela tecnologia 4G. Em 2020, havia aproximadamente 20 bilhões de dispositivos conectados, e 54% deles eram vários dispositivos IoT; portanto, já existem mais dispositivos IoT do que celulares. Mas nos próximos quatro ou cinco anos, esperamos que até 75 bilhões de dispositivos sejam conectados, e sem a tecnologia 5G, isso não seria possível. 

Quando você considera todo o processo de construção de um data center, descoberta de direitos de passagem, implantação de equipamentos sem fio 5G e adição de dispositivos e aplicativos, descobre que leva tempo. Até agora, os gestores urbanos com visão de futuro deveriam ter começado a planejar a infraestrutura 5G e IoT para que suas cidades possam estar prontas para esses 75 bilhões de dispositivos até 2025. 

Planejadores e engenheiros que trabalham em cidades inteligentes e seus dispositivos precisam considerar vários fatores, incluindo:

• Cobertura 5G  na comunidade
• Localização de data center de borda, energia e conectividade 
• Segurança do dispositivo e da rede para minimizar o potencial de hackers
• Aplicações de processamento de dados que podem ingerir grandes quantidades de dados, com recursos de IA que podem tomar medidas com base na análise de dados.

A conectividade sem fio 5G pode ajudar a eliminar a necessidade de executar cabeamento para dispositivos IoT, reduzindo anos de tempo de implantação e milhões de custos de implantação. É claro que a infraestrutura 5G precisa estar em vigor, então as cidades devem incentivar as operadoras móveis a implantar células macro e pequenas células que fornecem cobertura geral dessas redes de alto desempenho. Da parte da cidade, deve tentar facilitar os caminhos das operadoras para o 5G com zoneamento simplificado e procedimentos de licenciamento. Com a cooperação mútua entre operadores e governos municipais, a maioria das cidades pode contar com infraestrutura 5G nos próximos 2-3 anos. Dado esse prazo, definitivamente não é muito cedo para começar a planejar implantações de cidades inteligentes. 

As tecnologias de cidades inteligentes tornarão as cidades mais seguras e eficientes, melhorando a qualidade de vida dos moradores. Conectividade sem fio móvel 5G é a cola que manterá o ecossistema unido.